Nós usamos cookies para melhorar sua experiência de navegação no portal. Ao utilizar o Portal do Sistema de Bibliotecas da UFRN, você concorda com a política de monitoramento de cookies. Para ter mais informações sobre como isso é feito e como remover, acessePolítica de cookies. Para saber como a UFRN trata os dados, acesse aPolítica de Privacidade. Se você concorda, clique em "Ciente".

Histórico

A Biblioteca Setorial Moacyr de Góes foi criada em 16 de novembro de 2017, com a emissão de um parecer favorável do CONSAD (Conselho de Administração) e sua incorporação ao SISBI (Sistema de Bibliotecas) da UFRN.

A criação desse espaço atendeu à necessidade do Centro de Educação (CE), que já reunia o curso de Pedagogia (tanto na modalidade presencial como à distância) e os programas de pós-graduação (PPGEd) e de formação continuada (PROFOCO), mas ainda não tinha uma biblioteca que reunisse um acervo adequado às necessidades desses cursos.

Tendo sido fisicamente instalada no subsolo do Bloco de Aulas, a Biblioteca recebeu parte dos materiais informacionais que compunham o acervo do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA), unidade à qual o curso de Pedagogia era vinculado antes da criação do CE.

Hoje, além de fornecer suporte informacional às atividades de ensino, pesquisa e extensão, a Biblioteca também desenvolve projetos próprios de produção e difusão de conteúdo, voltados tanto à leitura (Clube de Leitura Dom Quixote) quanto ao audiovisual (Cineclube Moacyr).

Sobre Moacyr de Góes

Moacyr de Góes (Natal, agosto de 1930 – Rio de Janeiro, 27 de março de 2009) foi educador, escritor, historiador e bacharel em Direito. Dedicou sua vida à luta por uma educação pública, democrática e acessível. Durante sua gestão como Secretário Municipal de Educação de Natal, no governo de Djalma Maranhão (1962–1964), idealizou e implementou a emblemática campanha De Pé no Chão Também se Aprende a Ler, uma proposta ousada que levou educação a milhares de pessoas, mesmo com recursos escassos.

Utilizando galpões, tendas e espaços comunitários, o programa conseguiu alfabetizar mais de 40 mil alunos em poucos anos. Mais do que números, tratava-se de um projeto profundamente comprometido com a inclusão, a justiça social e a valorização da cultura popular. Tornou-se um marco na história da educação brasileira.

Com o golpe militar de 1964, Moacyr foi preso por seis meses e afastado de seus cargos públicos. Mais tarde, mudou-se para o Rio de Janeiro, onde continuou sua atuação como educador em escolas particulares. Com a anistia, foi reintegrado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), contribuindo ativamente para a formação de novas gerações de professores.

No fim dos anos 1980, assumiu a Secretaria Municipal de Educação do Rio de Janeiro, durante a gestão de Saturnino Braga. Em todos os espaços por onde passou, manteve-se fiel à ideia de que a escola pública deve ser um lugar de liberdade, expressão e transformação.

Autor de obras como De Pé no Chão Também se Aprende a Ler (1961–1964): uma escola democrática, Golpe na Educação, Sem Paisagem: memórias da prisão, Chão de Almas e 7 Contos Curtos e Um Outro Nem Tanto, Moacyr construiu um pensamento educativo que unia prática e teoria, sensibilidade e resistência.

Em 2010, foi homenageado no carnaval carioca pela escola de samba Unidos de Cosmos, com o enredo: "De pé no chão também se aprende a ler, Cosmos conta essa história popular".

A Biblioteca que leva seu nome, localizada no Centro de Educação da UFRN, é mais do que um espaço de estudo. É também um lugar de memória e inspiração, comprometido com o acesso ao conhecimento e com a valorização da formação docente. O legado de Moacyr de Góes continua vivo neste espaço, onde, diariamente, educadores e educadoras reafirmam a potência transformadora da educação.